segunda-feira, 3 de maio de 2010

Cosmo-agonia Parte 1

era um dia normal no nada. o nada fazia nada. e o resto do nada também continuava em uma inércia completa. nada.
do nada surgiu algo, esse algo fez um barulho fudido, na verdade eu não sei se voce poderia dizer que houve um barulho, tanto porque som não se propaga pelo nada, e tambem pelo simples fato de que não havia ninguém ali que pudesse falar 'uau, mas esse foi realmente um som alto. macacos me mordam'. mas dizem as más linguas que foi um barulho fudido, e na falta de qualquer evidencia do contrario, diremos que houve, no final de contas, um puta de um barulho.
depois do barulho, veio o silencio. os primeiros vestígios do algo começaram a ocupar o lugar que o nada antes ocupava e a juntar ali coisas cada vez maiores. o nada, obviamente não gostou, mas não havia nada que o nada pudesse fazer. e se voce for pensar bem, se não havia nada, não tem como o nada ter perdido algo, ja que literalmente não havia algo. após chegar a essa conclusão acalmante o nada foi para a sala e pegou sua xicara de nada e tomou um chá inexistente.
enquanto o nada se exaltava com seu magnifico chá de nada, o algo estava ativo, se empolgando cada vez mais. pegava uma nuvem de algos aqui, juntava com uma grande bola de algos dali, e do nada (ou do algo, não sei, sinonimos me fogem) os algos entravam em chamas e ficaram mais claros que, bem, não se sabe, era primeira vez que algo brilhava como aquilo desde que o algo surgiu fazendo um tremendo barulho (ou não).
em volta das bolas brilhantes de algos começaram a se formarem nuvens de algos. os algo nas nuvens começaram a se juntar. quanto mais algos ficavam juntos, mais algos queriam se juntar ao grupo. e aos poucos foi se formando um grande algo, não tão grande quanto o grande algo brilhante, mas um algo bonito.
ok, a verdade seja dita, essa bolinha de algos era uma absurdamente, estonteante, assustadoramente e imensamente inutil e desprezivel bolinha. incandescente, malfeita e sem graça. mas bem, o algo resolveu continuar seu trabalho, e depois de decepcionado com a bolinha inutil, resolveu fazer algos mais maravilhosos ainda, mais gigantescos que a grande bola gigante brilhante de antes. mais brilhante que o brilho da grande bola brilhante. o algo basicamente se entreteu se superando.
e assim, devagar e sempre o tempo passou e, em meio ao belo trabalho feito pelo algo, aquela bolinha inutil perto da agora insignificante bola brilhante começou a ficar diferente, o que atraiu a atenção do algo. a bolinha agora não era mais uma grande coisa incandescente, era uma grande poça d'agua, com um pouco de terra aqui e ali. o algo ficou abismado com o twist que houve naquela historia. 'quem imaginaria que isso viria a acontecer?' peguntou o algo para o nada (no sentido de nada nada mesmo, e não o nada do nada de antes do algo, capisce?). mas então o algo sentiu algo estranho da superfície da bolinha, uma presença que ele não sabia explicar direito, mas ele foi se aproximando, se aproximando, cada vez mais até ficar quase dentro da agua, vendo tudo em seus minimos detalhes. não havia nada, apenas agua. 'uau, que surpresa' pensou o algo quando prestes a sair da agua algo tomou sua atenção. algo minusculo, quase imperceptivel, nadando em meio as turbulentas aguas do planeta bolinha.
o algo foi então examinar de perto a coisinha.
era interessante. ou nem tanto. mas era fascinante no minimo. era basicamente uma bexiga com um monte de coisas dentro.
a coisinha rodava, piruteava, flopava, uilomeava, tudo em uma imensa diversão, como se estivesse acabado de aprender a, bem, 'ser'.

'haha', pensou o algo, 'isso vai ser divertido'

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